segunda-feira, 14 de julho de 2008

Amazônia vermelha

Convulsivamente chora a Amazônia quente.
Enquanto veementes ventos vindos do sul,
devoram com seus talheres estridentes, a mata.
Pula macaco, fuja preguiça, grita acauã!
Quem sabe ainda possa haver um amanhã.

Cenas tão fortes que queimam as retinas:
macacos queimando, preguiça chorando
enquanto vai se apagando o verde do manto
de nosso Brasil que já não sente mais nada.

Destruição em massa de diversas espécies.
Rios, lagos, igarapés sufocados por
resíduos tóxicos. E o arco-íris, com sua
estonteante beleza, parece zombar desse
cenário pétreo, que exala o odor da dor;
do desespero e da morte.

Murmúrios minúsculos marcados por mortes
ouvem-se nessa terra de auto-intitulados donos.
Amazônia vermelha a sangrar diante de todos.

Até quando assistiremos inertes?
Até quando serás devorada, mastigada e vomitada?
Até quando? Até quando… existirás?…


(Walter Luiz Jardim Rodrigues)

texto publicado na segunda antologia "Palavras verdes" CBJE - Rio de Janeiro, 2008.
http://www.camarabrasileira.com/pvol02-004.htm

Um comentário:

Unknown disse...

LINDA É A ARTE DE QUEM TEM O PREVILÉGIO DE ESCREVER VERSOS SOBRE A NOSSA LINDA AMAZÔNIA...