domingo, 1 de setembro de 2013

30 dias em São Paulo - Dias 26 e 27


31/08/2013 e 01/09/2013 – VIGÉSIMO SEXTO E VIGÉSIMO SÉTIMO DIA – Mais um final de semana vivenciado. O último nessa missão. Resolvo visitar uma exposição na Estação da Sé. A exposição trás como tema a evolução do comércio paulista e as mudanças que o mesmo imprimiu na paisagem paulista. O deslocamento do centro comercial de São Paulo para as Marginais Pinheiros e Tietê. Muitas fotos da época, anúncios, mapas que reforçavam o conteúdo textual expostos em painéis logo na entrada da estação. Mais sobre a exposição vocês poderão ler no site   http://www.historiaevolucaodocomercio.com.br.
 Dali eu apanhei outro metrô e desci na Estação da Luz, onde desembarquei e sair para visualizar a oponente fachada em estilo dórico-italiano da estação. Bem de frente a estação estava o Parque da Luz. Os muitos ônibus de excursão turística que estavam estacionados por ali eram os responsáveis maiores de todo aquele movimento no Parque. O que me chamou bastante atenção ali, primeiramente, foi a imensa área verde e um lago artificial que tinha seu subterrâneo atravessado de uma ponta outra por um corredor de onde era possível vermos os peixes através de janelas de vidros. Também foi bastante emocionante observar no Parque da Luz as esculturas de artistas como Lasar Segall e Victor Brecheret.

Carregadora de Perfume - Victor Brecheret
 Um prédio público chamou minha atenção assim que sair do parque. Era o prédio da Estação Júlio Prestes. Outra fachada igualmente deslumbrando tal como a da Estação da Luz. Mas o que mais me sensibilizou ali foi a quantidade absurda de moradores de rua que se concentravam na Praça Júlio Prestes, que fica de frente da estação. Na Estação Júlio Prestes fica a Sala São Paulo.
Enquanto pessoas muito bem vestidas desciam de seus carros luxuosos no estacionamento da Sala São Paulo; outras pessoas estavam jogadas pelo chão, tentando se agasalhar debaixo de lonas ou simplesmente sentadas pelos bancos da Praça Júlio Prestes puxando conversas entre si, bebendo, fumando e etc. Ignorante do que se passava na Sala São Paulo, eu resolvi entrar jugando tratar-se de mais um dos inúmeros museus que São Paulo abriga. Para minha total surpresa ali se apresentaria naquele dia a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a OSESP.
- Nossos ingressos já estão esgotados – informou-me o atendente. – O senhor está acompanhado?
Respondi que não.
- Então entre com esta cortesia – informou-me ele repassando-me o ingresso que trazia impresso um total de R$ 86, 00.
Certamente, dinheiro para esta soma, naquela minha atual situação, era inviável. Entrei e ainda pude assisti duas apresentações maravilhosas. O “Concerto nº 1 para Piano em Dó Menor. Op. 35” de Shostakovki e a “Sinfonia nº 2 em Ré Menor. Op. 40” de Prokofiev. Ambas sob a regência de Marin Asolp.
Ao final de tudo saio com uma leveza imensa na alma. Todos deveriam apreciar música clássica. E ao pensar desse modo lembro-me novamente do preço do meu ingresso-cortesia, lembro-me do título no final da programação daquela semana de música “Música Clássica Para Todos” e penso naqueles todos que estavam do lado de fora que jamais poderiam entrar naquele local. A sensação de enjoo me atinge com força ao se abordado na saída do espetáculo por uma moradora de rua pedindo uma moeda em um desespero inexplicável.

Domingo no CRUSP
Meu último domingo, nessa missão aqui em Sampa, eu passei no CRUSP. Resolvi trabalhar um pouco e descansar. Estava sem ânimo para sair. Essa semana que vai entrar não haverá aula na USP. Muitos alunos passam pelo corredor dos blocos puxando malas e carregando mochilas. Vão viajar. Aproveitar o tempo livre. Esse condomínio de estudantes e a própria USP vão ficar desertos.

Texto e fotos: Walter Rodrigues.

Esta postagem faz parte dos relatos das experiências de um estudante paraense em São Paulo em ocasião de um intercâmbio feito entre os cursos de Geografia da UFPA/Belém e o curso de Geografia da USP/Butantã. As postagens serão equivalentes aos dias vivenciados, como numa espécie de diário de bordo. Os textos se propõem a ser sintéticos e informativos. Dessa forma, objetivamos gerar resultados e informação sobre essa interessante modalidade de aprendizado partindo da percepção do estudante sobre o novo mundo que se desvenda diante de seus sentidos diariamente. No total serão 30 dias em São Paulo, morando no Condomínio Residencial da USP, o CRUSP. 
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