sábado, 14 de março de 2015

A Onda (2008) - Filme Completo e Dublado no Youtube


Rainer Wegner, professor de ensino médio, deve ensinar seus alunos sobre autocracia. Devido ao desinteresse deles, propõe um experimento que explique na prática os mecanismos do fascismo e do poder. Wegner se denomina o líder daquele grupo, escolhe o lema “força pela disciplina” e dá ao movimento o nome de A Onda. Em pouco tempo, os alunos começam a propagar o poder da unidade e ameaçar os outros. Quando o jogo fica sério, Wegner decide interrompê-lo. Mas é tarde demais, e A Onda já saiu de seu controle. Baseado em uma história real ocorrida na Califórnia em 1967. 


Revisitando temas que aparentemente estariam distantes da sociedade do século XXI, e para que esse distanciamento não mais exista, basta lembrarmos que algo semelhante está ocorrendo com os "gladiadores do altar", grupo de evangélicos que se veste como soldados uniformizados. Quem assistir ou já assistiu fará inevitavelmente a relação de filme/década de 60/realidade no Brasil. Para os defensores dos "gladiadores do altar", que dizem que não há armas no tal exército, se por um acaso tenham algum conhecimento de história, irão recordar que exércitos como: SS e Gestapo, surgiram quase que da mesma forma, sem armas. O filme A Onda (Die Welle) Baseado em fatos reais, mostra como a manipulação das massas é possível, e o quanto é fácil para as pessoas elegerem um líder (ainda que no filme seja um microssomo social ou numa igreja evangélica).

Assista o filme A Onda completo e dublado a seguir:







Fontes:  Filmow e Youtube.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Divulgação da lista de autores selecionados para compor a antologia literária Versos Cotidiano – ano 2015




É com grande satisfação que apresentamos a lista de autores selecionados para compor a antologia literária Versos Cotidiano – ano 2015. Nesta antologia foram reunidos 48 poemas de 48 poetas brasileiros do norte ao sul do Brasil traçando desse modo um vasto painel da poesia nacional contemporânea. Partindo do objetivo geral que norteou essa primeira antologia literária de nossa editora, buscou-se revelar e proporcionar a publicação de novos e veteranos autores brasileiros na categoria poesia dando visibilidade para suas obras literárias.
Lembramos que no dia 02/02/2015 a obra será lançada no site Clube de Autores e poderá ser adquirida no formato impresso.  Agradecemos a todos que participaram dessa seletiva. Aguardem nossos próximos eventos literários e mantenham-se informados curtindo nossa fanpage no Facebook e/ou seguindo-nos no Twitter.




domingo, 14 de dezembro de 2014

Do alto do terminal da Folha 32


Para Viviane Corrêa Santos

Meus versos amputados rastejam-se sobre finas lâminas de navalhas.
A cidade média de papel suspenso, ora eleva-se no horizonte; ora alinha-se ao nível do Itacaiúnas e do Tocantins.
Marabá de minhas certezas desesperadamente pretendidas certas, cujo trem abarrotado de esperanças contraditórias leva e eleva e suprime infinitos gritos inaudíveis de tudo o que seu solo já não pode oferecer.
E do alto do terminal da Folha 32, o Itacaiúnas manda seu cheiro e frescor enquanto você, meu Amor, avança pela deserta e bem pavimentada Transamazônica.
A cidade toda iluminada se estende como um grande lençol cintilante sobre um imenso corpo irregular.

Enquanto o ônibus atrasado alinha-se à baia de embarque trazendo-me uma terrível solidão. E o desejo de não embarcar destroça-me retrocedendo os momentos de paz que é possível alcançar plenamente nos braços de quem amamos.

Texto e foto: Walter Rodrigues.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Poema "Foi assim" de Paulo André e Ruy Barata



Compartilhando esses lindos versos dos poetas Paulo André e Ruy Barata. O poema foi musicado, gravado em disco pela Polygran e interpretado pela cantora Fafá de Belém. E também foi trilha musical de novela e filme. 

FOI ASSIM
(Paulo André e Ruy Barata)

Foi assim,
Como um resto de sol no mar,
Como os lenços da preamar,
Nós chegamos ao fim.

Foi assim,
Quando a flor ao luar se deu,
Quando o mundo era quase meu,
Tu te foste de mim.

“Volta, meu bem”, murmurei.
“Volta, meu bem”, repeti.
“Não há canção nos teus olhos,
Nem amanhã nesse adeus!”

Horas, dias, meses se passando
E, nesse passar, uma ilusão guardei:
Ver-te novamente na varanda,
A voz sumida e quase em pranto,
A murmurar “meu bem, voltei”.

Hoje essa ilusão se fez em nada
E a te beijar outra mulher eu vi,
Vi no seu olhar envenenado,
O mesmo olhar do meu passado e soube que te perdi.

--
Imagem: Pixabay

sábado, 6 de dezembro de 2014

Confira o livro Memórias de São João da Ponta a partir de narrativas orais


"Não sabia nada, um pouco me ensinaram, aprendi indiretamente e aprendi diretamente e saí transformado".
(PORTELLI, 2005) 

Informamos que encontra-se publicado o lançado o livro "Memórias de São João da Ponta a partir de narrativas orais".

O livro é uma publicação que surgiu da demanda dos próprios moradores do município como uma ação a fim de preservar as memórias contidas nas narrativas dos moradores mais idosos das comunidades locais.  


Acessar livros no Google Book


Os livros impressos serão distribuídos entre os moradores e também serão disponibilizados nas bibliotecas das escolas como materiais paradidáticos sugestivos aos professores.  A versão digital do livro esta divulgada no blog do GEPPAM (http://geppam.blogspot.com.br).

Podendo ser baixada e consultada em sua versão completa na internet através do Google Books (http://books.google.com.br/books?id=puW4BQAAQBAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false).


Capa e contra-capa.
Este livro foi realizado pela Associação dos Usuários da RESEX de São João da Ponta (MOCAJUIM) em parceria com o Grupo de Estudo Paisagem e Planejamento Ambiental (GEPPAM). Com o patrocínio da Pró-reitoria de Extensão da Universidade Federal do Pará (PROEX/UFPA) e apoio da Faculdade de Geografia e Cartografia da Universidade Federal do Pará (FGC/UFPA), Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade (ICMBio) e Prefeitura Municipal de São João da Ponta.


A obra não poderá ser comercializada de forma alguma. Sendo que o conteúdo completo da obra encontra-se disponível na internet para ser baixado. A cópias impressas do livro estão distribuídas entre os moradores do município, para os entrevistados e seus familiares e também serão distribuídas para escolas do município e nas bibliotecas da Universidade Federal do Pará e entre outros.

É uma satisfação muito grande para o GEPPAM poder ver essa obra retornar às mãos de seus legítimos autores, os moradores de São João da Ponta. Agradecemos a todos que colaboraram, direta e indiretamente com para viabilização dessa publicação. Que esta obra possa ser uma sugestão para a criação de outras.

Atenciosamente,
Walter Rodrigues.
(Autor do livro e responsável pelas entrevistas realizadas para esta obra)




IMPORTANTE SABER: Os nomes e as informações prestadas pelos narradores denominados neste site são respaldados pelo documento Autorização de Uso de Imagem, Som de Voz, Nome e Dados Biográficos em Obras de Preservação Histórica assinadas pelos mesmos. Toda informação aqui apresentada são autorizadas por seus autores para uso de fins didático.



quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Confira a obra completa "Fausto" de Goethe em Português



Fausto é um poema trágico do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe e publicado no ano de 1808. A obra é dividida em duas partes. Está redigido como uma peça de teatro com diálogos rimados, pensado mais para ser lido que para ser encenado.  A obra disponibilizada para download é uma tradução feita por António Feliciano de Castilho (1800 - 1875) para o idioma português. Então a obra está totalmente em domínio público, tanto a publicação quanto sua tradução para o português.
 
Deve-se a Goethe a glória insigne de encarnar os anseios de uma universalização dos valores literários reconhecendo o espírito supranacional das maiores criações literárias patrimônio de toda a humanidade. Sua obra está eivada de trechos e intenções românticas e expressionistas como claramente comprova o Fausto que funde elementos românticos como a figura de Gretchen e expressionista como as bruxas e a Walpurgisnacht.

Disponível para download em Português a partir da tradução de António Feliciano de Castilho (1800 - 1875) .





Se preferir ter o livro em mãos, considere essa oferta:

domingo, 5 de outubro de 2014

Feira Literária do Pará (FLiPA) acontece em outubro de 2014


FLiPA, Feira Literária do Pará, é um encontro com escritores, editores e leitores paraenses, com a proposta de fomentar a produção literária do Pará, o lugar do escritor e sua escrita, assim como os canais de circulação e consumo dessas obras. A FLiPA é um evento que busca acima de tudo o congraçamento entre os autores da terra e uma maior exposição junto ao público de seus trabalhos.
Aproveitando esse encontro a Fox, em parceria com a Editora Empíreo e alguns autores, uniu esforços na realização do evento, e das ações que dele surgirão, sendo a primeira delas a reedição de obras relevantes e indisponíveis nas livrarias por estarem esgotadas. E, no outro extremo, possibilitar o surgimento de jovens autores com um novo olhar literário. Com esse intuito, a 1ª edição da FLiPA, lança dois Prêmios: Prêmio NOBRE de Literatura e o Prêmio FOX de Literatura.
Nesta edição a FliPA terá como Patrono o escritor Jaques Flores.
Durante o evento, além da exposição de vasto acervo de obras literárias paraenses e desconto exclusivo, o público que comparecer à Livraria da Fox poderá encontrar com os dez autores que se uniram para esta edição de 2014, a saber: Aline Brandão, Andrei Simões, Antônio Juraci Siqueira, Bella Pinto, Edgard Proença, Edyr Augusto, Amaury Braga Dantas, Ronaldo Franco, Salomão Larêdo e Walcyr Monteiro.

PROGRAMAÇÃO – FLIPA 2014

Manhã
09:00 -Sessão de Autógrafos / Exposição do material sobre Jaques Flores
10:00 -Lançamento do Livro ABAÚNA e outros poemas de Aline Brandão
Tarde
16:00 -Abertura Oficial
16:30 -Palestra sobre Jaques Flores
17:00 -Garapa Literária
19:00 -Entrega do Prêmio Nobre
Anúncio do Prêmio Fox 2015
Anúncio dos autores participantes da Flipa 2015
Sessão de Autógrafos
Encerramento


Maiores informações em: http://flipara.com.br/

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Quando os mortos saem para se embriagar



Era mais um daqueles dias de pensamentos pastosos. Para onde seguir em situações semelhantes? Não havia para onde escapar. O vento que vinha do Rio Guamá caía sobre minha face eternamente fadigada me levando para bem longe daquele ambiente academicista. Foi quando Luiz encontrou-me sentando sobre o muro de arrimo que tentava em vão conter a fúria daquele gigantesco rio. O sol já começava a declinar e a brisa da noite já se mostrava apetitosa e cheia de segundas intenções.
- Álvares, parceiro – falou-me ele. – Que bebes aí?
- Uma garrafa de cachaça – respondi passando um gole pra ele.
- Puta-que-pariu! Não sei como tu consegues beber isso sem nem mesmo fazer cara feia.
- Minha cara já é feia naturalmente.
Assim aquela garrafa começou a secar mais rápido do que refrigerante em copo de criança. Sabíamos que as coisas não estavam fácies para nenhum de nós dois e para quase todo o mundo. Por que se insisti tanto em vencer na vida? Por que as coisas que não precisamos precisam ser alcançadas? Um carro do ano, um mestrado, uma viagem para Europa, um celular de última geração, um computador porrada... Alguma coisa me fazia senti tanta raiva disso tudo que, não diferente do meu amigo Luiz, eu também gostaria que tivesse um novo começo e que essa sociedade na qual vivemos jamais tivesse acontecido.
- Nós já não somos mais nós e talvez nunca venhamos a ser nós mesmos, cara – falou-me Luiz depois de longos goles com seus olhos perdidos no verde rubro daquele crepúsculo sensacional.
Parecia que as coisas caminhavam para uma irremediável destruição. Os conceitos estabelecidos, as verdades que nos enfiavam goela abaixo pareciam desprovidas de autenticidade. Tudo soava estranhamente falso e as coisas não estavam caminhando para lugar algum aparentemente agradável. Era como se alguém tivesse derramado vinho sobre o script recém-impresso em uma impressora de jato de tinta. Tudo estava borrado e as cenas seguintes se mesclavam numa macha indecifrável.
- Luiz – retruquei – vai tomar no cu, camarada.
E rimos feitos dois dementes.
Estava havendo uma feira anarquista na Praça do Carmo e Luiz me lançou o convite para irmos lá enquanto ainda restava aqueles goles de cachaça vagabunda no fundo da garrafa. Aceitei de pronto, afinal, pensei que deveria ser algo bastante interessante uma feira do livro anarquista.
Chegando lá o que vi foram diversos jovens, quase todos tão barbudos quanto eu. Diferente do que eu imaginei, os livros estavam sendo comercializados. A feira anarquista não era diferente de qualquer outra feira regida pelo sistema capitalista. Os livros mais procurados eram os que custavam mais, obviamente. Aquilo me deixou frustrado e senti vontade de beber mais ainda. Assim fiz e comprei um imenso copo de cerveja. Luiz bebeu comigo e seguimos para tomarmos umas no Ver-o-Peso.
A noite já ia alta e as putas e bandidinhos de merdas que ocupam quase todo centro histórico de Belém vinham se chegando e nos pedindo dinheiro ou, no caso das putas, nos propondo sexo. Queríamos apenas beber, mas numa esquina qualquer com a Presidente Vargas, alguém nos levou o dinheiro e os cartões de meia passagem. Estamos fodidos e não havia como voltar para nossas casas e o pior de tudo, não havia mais dinheiro para bebidas.
Mesmo assim, subimos em um ônibus. Ao notar nossa situação embriagada, o cobrador mandou que nós pagássemos a passagem. E como estávamos totalmente duros, Luiz resolveu pagar nossas passagens oferecendo um mouse para o irritadíssimo cobrador. O cobrador não aceito a proposta e mandou o motorista parar o ônibus. Recusamo-nos a descer, estão fomos empurrados até a porta de saída e lá ficamos no meio da viagem.
Sem dinheiro e humilhados em público, resolvemos voltar andando. Nossas casas eram longe demais dali para que fossemos bem sucedidos nessa empreitada. Caminhamos por quase uma hora e ainda ali na Avenida Nazaré, despencamos numa calçada e lá nos rendemos. Não havia como seguir e nem como voltar. Era como se fosse nossas vidas aquela situação. Não havia como seguir em frente e não havia como retornar. Toda a nossa vida se resumia aquele instante.
Então eu apalpei meus bolsos e para minha surpresa meu celular ainda estava lá. Liguei para um amigo e expliquei a história. Eram quase duas horas da madrugada quando consegui falar com ele. Então ele veio nos resgatar. Luiz, jogado na sarjeta, não conseguia nem se erguer sozinho. Fui até ele, cambaleando e o ajudei a se por de pé e a entrar no carro.
Seguimos para casa do Naldo. Nosso salvador.
- Álvares que porra de cachaça foi essa que vocês beberam – falou-me Naldo com ar de risos.
- Foiii aaaa daaas meeelhores, caaara! – tentou responder Luiz.
Eu resolvi ficar calado, pois minha memória não conseguia esquecer aquela cena da expulsão do ônibus e de toda aquela arrogância daquele cobrador. Ele não era apenas um simples cobrador, ele era todo um sistema de governo sustentado na coesão, na exploração e na humilhação dos que não possuem dinheiro suficiente para passar a roleta. Eu estava terrivelmente puto e angustiado. 

(Walter Rodrigues).