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sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Prólogo

Por que ainda se escrevem livros de poesias? A cada verso escrito, a cada rima traçada (de forma ingênua ou sátira) esvai o eterno dizer-se dizendo o que de outra forma não poderia ser dito. Exceto por suspiros e olhares perdidos. O despir-se de inumeráveis máscaras marcadas nesse incessante procurar da verdadeira face. Possível? Catarse, talvez exorcismo.
Mas para que se escrevem livros de poesias? Para gritar nas linhas e entre linhas, cuspir para o alto, mesclar-se. Correr em desespero para chegar primeiro a lugar nenhum e, estando lá, executar o plangente e sofredor tango argentino e dançar sozinho. Comer estrelas sujas e vomitar inúmeros gnomos endoidecidos, buscando colher as flores de um jardim ensangüentado de desejos pré-moldados, enquanto os anjos trepam, às escondidas, em asteróides peregrinos.
Para fazer sentir, sentindo-se…

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Podes ouvir o lamentar das almas ansiosas?

(walter l. jardim rodrigues)

Podes ouvir o lamentar das almas ansiosas?
Podes sentir o vento passar entre as linhas
dos meridianos?
Podes entender o que dizem as flores?
O sol sempre está nos propondo algo e as
folhas secas guardam em si o segredo do mundo.
O nosso próprio segredo.
As ondas chocam-se contra o paredão de
concreto e ao longe vê-se o mover das aves
inquietas bicando o rio de sangue...
Podes ouvir o silêncio gritante do amor
brotando de forma suave e brusca?
Podes perceber nas pequinesas das coisas
a grandeza do largar-se no que há de mais simples?
Podes entender o que digo?
Pois se podes, podes amar também…

__________________
Texto publicado na VITRINE LITERÁRIA do site LIMA COELHO http://www.limacoelho.jor.br/vitrine/autor.php?autor=Walter%20L.%20Jardim%20Rodrigues

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Amazônia vermelha

Convulsivamente chora a Amazônia quente.
Enquanto veementes ventos vindos do sul,
devoram com seus talheres estridentes, a mata.
Pula macaco, fuja preguiça, grita acauã!
Quem sabe ainda possa haver um amanhã.

Cenas tão fortes que queimam as retinas:
macacos queimando, preguiça chorando
enquanto vai se apagando o verde do manto
de nosso Brasil que já não sente mais nada.

Destruição em massa de diversas espécies.
Rios, lagos, igarapés sufocados por
resíduos tóxicos. E o arco-íris, com sua
estonteante beleza, parece zombar desse
cenário pétreo, que exala o odor da dor;
do desespero e da morte.

Murmúrios minúsculos marcados por mortes
ouvem-se nessa terra de auto-intitulados donos.
Amazônia vermelha a sangrar diante de todos.

Até quando assistiremos inertes?
Até quando serás devorada, mastigada e vomitada?
Até quando? Até quando… existirás?…


(Walter Luiz Jardim Rodrigues)

texto publicado na segunda antologia "Palavras verdes" CBJE - Rio de Janeiro, 2008.
http://www.camarabrasileira.com/pvol02-004.htm

O sonho

(Um poema de Clarice Lispector para refletir)


Sonhe com aquilo que você quiser.

Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em
seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que
passam por suas vidas.