(Walter Rodrigues)
Eu te toquei como nenhum outro jamais te tocou, Samantha.
Eu toquei as tênues e rígidas cordas de teu espírito as
fazendo vibrar.
E delas, soaram perfeitas melodias e teu espírito, Samantha,
tornou-se leve e assim se pôs a dançar.
E o teu espírito dançou aos toques da esferográfica sobre
o papel devotado, que em momentos como estes me trazia
à luz poemas apaixonados.
Eu te toquei como nenhum outro jamais te tocou, Samantha.
E o som que eu tirei do teu espírito me encantou.
E assim segui às cegas para o meu infortúnio, tal como os
marujos de Homero ao canto das sereias sedutoras.
E como borboletas, Samantha, tu voaste para jardins mais
belos e coloridos.
Enquanto eu afundava em abismos tenebrosos, onde não
havia o som de tuas melodias, nem as cores de tuas asas.
Onde havia apenas trevas e solidão.
Samantha, eu te toquei sem te tocar.
E o amor que não conseguiu me matar, eu matei em mim.
No abismo fiz sua sepultura para me ressurgir.
Santana-AP, 30 de julho de 2009
Um comentário:
lindo
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