Este texto faz parte das Notas de um calouro – parte 9, postadas na comunidade do Orkut Geografia-ufpa e CAGE-UFPA.
O texto de Quaini não era para brincadeira. Impossibilidade de entendimento numa única leitura. Aquele monstro de conceitos ainda ia desgastar muito a minha já fodida visão (miopia).
Por sorte tínhamos o vadião* todas às quintas e sextas. Podíamos até não ter aula, mas o forró era garantido. Coisas de UFPA. E assim como no 1º semestre, o 2° semestre tornou-se repletos de forrós, que a bem da verdade forró é o que pouco se ouve ali. Mandamo-nos pra lá, meu “amigo” indígena e eu. Aniversário de não sei quem, amigo do meu “amigo”. Bebida farta. Som alto, melody escroto, um monte de gente se remexendo feitas cobra na areia quente e cachaça misturada com o sangue de satanás. Era preciso beber bastante para aguentar aquela farsa toda. Eu não gostava daquele amontoado de gente, no entanto, gostava das biritas, gostava do rio vizinho e do vento que vinha dele. Era bom para clarear as ideias, e de alguma forma se sentir parte de um todo que não fosse aquele todo de gente insuportavelmente pseudo-felizes, pseudo-intelectuais, mas de um todo que de alguma forma nos afastamos para torná-lo recursos naturais às necessidades do capital. Meia hora depois eu estava mais bêbedo do que todos os vadios do vadião, juntos. É claro que minha noite só poderia acabar em merda, ou melhor, eu na merda.
Resultado: meu “amigo” indígena, que só bebe cerveja, se mandou para uma festinha particular na casa do aniversariante. Enquanto a este calouro? Bom, ficou completamente doido, sem noção de espaço e tempo. Vagando pela UFPA sem saber quem era, enquanto os guardas davam um jeito de não deixá-lo se jogar dentro do rio. Eu havia bebido alguma coisa a mais que batida: eu havia bebido o meu juízo. Moral da história? Sugiro uma: nunca beba da batida de estranhos, você nunca sabe a mistura que pode haver ali. Mas você pode sugerir outras.
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* O Complexo do Vadião é o ambiente dentro da UFPA (Universidade Federal do Pará) destinado a realizações culturais e de recreação. Trata-se de um local aberto, onde os centros acadêmicos e/ou as comissões de formatura promovem os "forrós" visando angariar fundos. (Fonte: Universitários em Apuros!)
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