03/09/2013 – VIGÉSIMO
NONO DIA – O dia amanheceu nublado hoje. Uma chuva caiu. O
clima não estava tão frio quanto imaginei que estaria. Lembrei-me de Belém e de
seus longos períodos de céu cinza e chuvas volumosas. Encontrei-me com Kamila e
apanhamos o metrô na Estação Cidade Universitária em direção a Estação Santana.
Mais uma trabalho de campo organizado pela professora Márcia Pimentel. Agora nosso
objetivo seria a Serra da Cantareira. Objetivo frustrado no portão de entrada. Visitações
públicas somente nos finais de semanas ou com agendamento prévio.
Mas nada
estava perdido. Ali próximo estava o Horto Florestal e para lá nos dirigimos. Um
espaço repleto de verde, onde famílias faziam seus pic-nics nos finais de semana.
Espaço criado para proteger um pouco da fauna e da flora de São Paulo do avanço
voraz da urbanização e para recreação e lazer da população que buscava um pouco
de verde em meio a esta cidade densamente construída. Algumas pessoas faziam
caminhadas, exercícios físicos. No meio de árvores diversas e afloramentos
rochosos do pré-cambriano era possível visualizar, bem próximos, patos,
marrecos, esquilos, macacos, capivaras que se exibiam muito a vontade diante do
público que ali estava.
Após explicações
da professora Márcia sobre a geomorfologia e biogeografia da área do Horto e do
entorno da Serra da Cantareira, seguimos para almoçar na casa de sua mãe.
Pela parte da
tarde, a professora Márcia, nos levou para conhecer a Vila Brasilândia e as
áreas de ocupações espontâneas das proximidades. Estávamos na zona norte, nos
limites da capital do estado. Uma urbanização precária avançava sobre a serra de
maneira decisiva, imprimindo nas vertentes uma coloração marrom dos tijolos,
que se misturam com a vegetação verdinha da serra. A professora Márcia nos
explicou que o geógrafo Aziz Ab’Sáber denominou aquela forma de ocupação como “anfiteatro”.
Em seguida
voltamos para casa da mãe da professora Márcia e tomamos um café e dialogamos
sobre nossas impressões do campo feito entre outras coisas. O dia foi bastante
agradável e já com a noite a professora Márcia nos deixou na estação Santana e
voltamos para a USP.
Texto e fotos: Walter Rodrigues.
Esta postagem faz parte dos relatos das experiências de um estudante paraense em São Paulo em ocasião de um intercâmbio feito entre os cursos de Geografia da UFPA/Belém e o curso de Geografia da USP/Butantã. As postagens serão equivalentes aos dias vivenciados, como numa espécie de diário de bordo. Os textos se propõem a ser sintéticos e informativos. Dessa forma, objetivamos gerar resultados e informação sobre essa interessante modalidade de aprendizado partindo da percepção do estudante sobre o novo mundo que se desvenda diante de seus sentidos diariamente. No total serão 30 dias em São Paulo, morando no Condomínio Residencial da USP, o CRUSP.
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