31/08/2013
e 01/09/2013 – VIGÉSIMO SEXTO E VIGÉSIMO SÉTIMO DIA – Mais um final de semana vivenciado. O último nessa
missão. Resolvo visitar uma exposição na Estação da Sé. A exposição trás como
tema a evolução do comércio paulista e as mudanças que o mesmo imprimiu na
paisagem paulista. O deslocamento do centro comercial de São Paulo para as
Marginais Pinheiros e Tietê. Muitas fotos da época, anúncios, mapas que
reforçavam o conteúdo textual expostos em painéis logo na entrada da estação.
Mais sobre a exposição vocês poderão ler no site http://www.historiaevolucaodocomercio.com.br.
Dali eu apanhei outro metrô e desci na Estação
da Luz, onde desembarquei e sair para visualizar a oponente fachada em estilo
dórico-italiano da estação. Bem de frente a estação estava o Parque da Luz. Os
muitos ônibus de excursão turística que estavam estacionados por ali eram os
responsáveis maiores de todo aquele movimento no Parque. O que me chamou
bastante atenção ali, primeiramente, foi a imensa área verde e um lago
artificial que tinha seu subterrâneo atravessado de uma ponta outra por um
corredor de onde era possível vermos os peixes através de janelas de vidros. Também
foi bastante emocionante observar no Parque da Luz as esculturas de artistas
como Lasar Segall e Victor Brecheret.
Carregadora de Perfume - Victor Brecheret |
Enquanto pessoas muito
bem vestidas desciam de seus carros luxuosos no estacionamento da Sala São
Paulo; outras pessoas estavam jogadas pelo chão, tentando se agasalhar debaixo
de lonas ou simplesmente sentadas pelos bancos da Praça Júlio Prestes puxando
conversas entre si, bebendo, fumando e etc. Ignorante do que se passava na Sala
São Paulo, eu resolvi entrar jugando tratar-se de mais um dos inúmeros museus
que São Paulo abriga. Para minha total surpresa ali se apresentaria naquele dia
a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a OSESP.
- Nossos ingressos já
estão esgotados – informou-me o atendente. – O senhor está acompanhado?
Respondi que não.
- Então entre com esta
cortesia – informou-me ele repassando-me o ingresso que trazia impresso um
total de R$ 86, 00.
Certamente, dinheiro para
esta soma, naquela minha atual situação, era inviável. Entrei e ainda pude assisti
duas apresentações maravilhosas. O “Concerto nº 1 para Piano em Dó Menor. Op.
35” de Shostakovki e a “Sinfonia nº 2 em Ré Menor. Op. 40” de Prokofiev. Ambas
sob a regência de Marin Asolp.
Ao final de tudo saio com
uma leveza imensa na alma. Todos deveriam apreciar música clássica. E ao pensar
desse modo lembro-me novamente do preço do meu ingresso-cortesia, lembro-me do
título no final da programação daquela semana de música “Música Clássica Para
Todos” e penso naqueles todos que estavam do lado de fora que jamais poderiam
entrar naquele local. A sensação de enjoo me atinge com força ao se abordado na
saída do espetáculo por uma moradora de rua pedindo uma moeda em um desespero
inexplicável.
Domingo no CRUSP
Meu último domingo, nessa
missão aqui em Sampa, eu passei no CRUSP. Resolvi trabalhar um pouco e
descansar. Estava sem ânimo para sair. Essa semana que vai entrar não haverá
aula na USP. Muitos alunos passam pelo corredor dos blocos puxando malas e
carregando mochilas. Vão viajar. Aproveitar o tempo livre. Esse condomínio de
estudantes e a própria USP vão ficar desertos.
Texto e fotos: Walter Rodrigues.
Esta postagem faz parte dos relatos das experiências de um estudante paraense em São Paulo em ocasião de um intercâmbio feito entre os cursos de Geografia da UFPA/Belém e o curso de Geografia da USP/Butantã. As postagens serão equivalentes aos dias vivenciados, como numa espécie de diário de bordo. Os textos se propõem a ser sintéticos e informativos. Dessa forma, objetivamos gerar resultados e informação sobre essa interessante modalidade de aprendizado partindo da percepção do estudante sobre o novo mundo que se desvenda diante de seus sentidos diariamente. No total serão 30 dias em São Paulo, morando no Condomínio Residencial da USP, o CRUSP.
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