Esta postagem faz parte dos relatos das experiências de um estudante paraense em São Paulo em ocasião de um intercâmbio feito entre os cursos de Geografia da UFPA/Belém e o curso de Geografia da USP/Butantã. As postagens serão equivalentes aos dias vivenciados, como numa espécie de diário de bordo. Os textos se propõem a ser sintéticos e informativos. Dessa forma, objetivamos gerar resultados e informação sobre essa interessante modalidade de aprendizado partindo da percepção do estudante sobre o novo mundo que se desvenda diante de seus sentidos diariamente. No total serão 30 dias em São Paulo, morando no Condomínio Residencial da USP, o CRUSP.
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10 e 11/08/2013 –
QUINTO E SEXTO DIAS (FINAL DE SEMANA) - Nesse final
de semana, resolvi desbravar para além da zona metropolitana de São Paulo. Meu
destino final seria Jundiaí. Em São Paulo você se desloca a longas distâncias
de maneira rápida e barata. Estou falando do sistema de metros e trens. Com
apenas seis reis fui e voltei da cidade de Jundiaí, que fica a 60 km do bairro
Butantã.
Da Estação
Butantã para Estação da Luz e para a Estação Francisco Morato e dessa última
para a Estação de Jundiaí levam aproximadamente duas horas e meia de viagem
através dos trilhos do metro e dos trens. Das janelas dos trens que nos levam
para além dos limites da cidade de São Paulo, a paisagem que muda a cada
estação. A vegetação sobre os morros logo é substituída por casas e barracões
que assumem o cenário durante alguns minutos nos deixando a sensação de pobreza
e abandono. Diversas ocupações precárias são observadas ao longo do trajeto da
via férrea.
Por fim, a
cidade de Jundiaí. Densamente urbanizada, a cidade nos passa uma sensação de
organização eficiente e segurança. Durante a noite segui para conhecer a uma
manifestação religiosa bastante peculiar, o culto da igreja evangélica “Bola de
Neve Church” a convite de um amigo que me apresentou a cidade e me incentivou a
ir até lá. Ali o púlpito era uma enorme prancha de surf e o ofertório era feito
a partir de quatro skates que deixavam a mostras suas rodinhas verdes.
Depois houve
o aniversário de um “irmão”. Como visitante que eu era, fui convidado para ir a
celebração. Meu amigo também ia e já havia me informado sobre. Claro que eu não
poderia perder essa oportunidade. Assim, entramos num carro.
No entanto,
era necessário buscar o bolo no apartamento da “irmã”. E lá fomos nós. O bolo foi
colocado no meu colo. Acontece que o aniversário seria em outro município.
Campo Limpo. Mas era preciso comprar o refrigerante e a carne no caminho. Assim
paramos num supermercado no município de Várzea Paulista, que fica entre
Jundiaí e Campo Limpo.
Ao chegarmos
em Campo Limpo, foi dito aos convidados que o local marcado para a festa não
havia sido marcado com antecedência. Por isso, os carros dos “irmãos” seguiram
de volta para Jundiaí. Enquanto isso, eu tentava equilibrar o máximo o imenso
bolo recheado que ia ao meu colo. Aquele passeio pela madrugada no interior de
São Paulo finalizou na casa de um “irmão”, onde um churrasco foi feito e comido
com muito louvor e conversas. Claro, isso depois do “parabéns pra você”.
No dia
seguinte, almocei com a família do meu amigo. Já íamos para as três da tarde,
mas o sono ainda batia com força, embarquei no trem e voltei para o CRUSP. Era domingo.
Do metro Butantã para o portão de acesso mais próximo da USP são quinze
minutos. Embora já fossem sete horas da noite, resolvi caminhar. Lembrei-me que
era o dia da limpeza e que fui convocado pelo colega com qual estou dividindo o
apartamento para auxiliar nessa missão semanal. Ao meu encargo ficou o
banheiro. Aceitei muito satisfeito. E assim o domingo se foi e eu fiquei.
(Walter Rodrigues - bolsista PIBIC/UFPA)