Para Viviane Corrêa Santos
Meus versos amputados rastejam-se sobre finas lâminas de navalhas.
A cidade média de papel
suspenso, ora eleva-se no horizonte; ora alinha-se ao nível do Itacaiúnas e do
Tocantins.
Marabá de minhas certezas
desesperadamente pretendidas certas, cujo trem abarrotado de esperanças
contraditórias leva e eleva e suprime infinitos gritos inaudíveis de tudo o que
seu solo já não pode oferecer.
E do alto do terminal da
Folha 32, o Itacaiúnas manda seu cheiro e frescor enquanto você, meu Amor,
avança pela deserta e bem pavimentada Transamazônica.
A cidade toda iluminada se
estende como um grande lençol cintilante sobre um imenso corpo irregular.
Enquanto o ônibus atrasado
alinha-se à baia de embarque trazendo-me uma terrível solidão. E o desejo de
não embarcar destroça-me retrocedendo os momentos de paz que é possível
alcançar plenamente nos braços de quem amamos.
Texto e foto: Walter Rodrigues.
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