A noite gira devaneios obtusos em espirais nicotinadas.
O meu copo se recusa a esvaziar nessas idas e vindas de recordações
fragmentadas.
É retrocedendo que se avança com saltos e piruetas
espiraladas.
O mesmo caminho que vai
não é o mesmo que volta.
O que vai sempre retornará, mas sempre retornará diferente.
O que foi, o que é e o que ainda será são faces de uma mesma
moeda que gira no vácuo,
Infinitamente, duas faces
mescladas pela velocidade centrípeta.
Quem nós somos de fato? Um
amontoado de antecedentes, cravados de incertos posteriores inefáveis. Queremos
e achamos ser mais do que realmente somos. E o que somos? E que diferença isso
faz?
Talvez tudo isso seja sobre ir em
frente até não poder mais...
(Walter Rodrigues)
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