quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Talvez tudo isso seja sobre ir em frente até não poder mais...




A noite gira devaneios obtusos em espirais nicotinadas.
O meu copo se recusa a esvaziar nessas idas e vindas de recordações fragmentadas.
É retrocedendo que se avança com saltos e piruetas espiraladas.
O mesmo caminho que vai  não é o mesmo que volta.
O que vai sempre retornará, mas sempre retornará diferente.
O que foi, o que é e o que ainda será são faces de uma mesma moeda que gira no vácuo,
Infinitamente, duas faces mescladas pela velocidade centrípeta.
Quem nós somos de fato? Um amontoado de antecedentes, cravados de incertos posteriores inefáveis. Queremos e achamos ser mais do que realmente somos. E o que somos? E que diferença isso faz?
Talvez tudo isso seja sobre ir em frente até não poder mais...

(Walter Rodrigues)

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